domingo, 19 de maio de 2024

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Educação Popular e a Política de Assistência

Autor: CEI Campinas Data: 2/02/2024

A educação popular é um método de educação que valoriza os saberes prévios do povo e suas realidades culturais na construção de novos saberes, surgiu na América Latina, tendo como principal referência o educador brasileiro Paulo Freire. Ela se caracteriza por valorizar os saberes e as experiências das classes populares, buscando uma educação emancipadora, crítica e transformadora da realidade social.

A práxis da educação popular tem uma forte relação com a assistência social, pois ambas se propõem a atuar com os sujeitos em situação de vulnerabilidade e exclusão social, reconhecendo seus direitos e potencialidades a partir de suas leituras de mundo.

A assistência social é uma política pública que visa garantir a proteção social, a seguridade social e a cidadania dos indivíduos e das famílias que dela necessitam.

A educação popular pode contribuir para a assistência social de diversas formas, tais como:

Promover o diálogo e a participação dos usuários nos serviços, programas e projetos sociais, respeitando suas demandas, necessidades e interesses.

Estimular a reflexão crítica sobre a realidade social, política e econômica, desnaturalizando as desigualdades e as opressões que afetam os usuários da assistência social.

Fortalecer a autonomia, a autoestima, a auto-organização e a mobilização dos usuários para a defesa de seus direitos e a transformação de suas condições de vida.

Articular a educação popular com outras políticas públicas, movimentos sociais e organizações da sociedade civil, visando a construção de uma rede de apoio e de resistência aos retrocessos e aos ataques aos direitos sociais.

Portanto, a educação popular de Paulo Freire é uma importante ferramenta para a assistência social, pois ela pode promover uma visão crítica de mundo, que questiona e enfrenta as causas estruturais da pobreza, da exploração e da dominação, e que aponta para a possibilidade de uma sociedade mais justa, solidária e democrática.

O CEI, a partir de 2022, inicia um novo processo de formação continuada intitulado “Educação Social em Movimento – Inclusão e Diversidades: Diálogos Circulares, Práxis e Vivências”. Esse projeto é realizado em um espaço institucional aberto ao público interessado na temática, com a prática metodológica sendo promovida em parceria com o GEPPES – Grupo de Estudos e Práticas Permanentes em Educação Social que desde de 2016 realiza formações voltadas na área. A mediação é conduzida com a participação de diversos educadores sociais, abordando temas relacionados à educação social e popular a cada encontro.

O percurso formativo já atraiu a participação de diversos profissionais da área, mobilizadores sociais e comunitários, assim como trabalhadores do SUAS e SUS. Até o momento, cerca de 70 pessoas participaram diretamente e concluíram o processo inicial. O resultado desse percurso levou os próprios educadores a apontarem a necessidade de continuidade, resultando na criação do ciclo II com os participantes da primeira etapa em 2023.

Para o ano atual, a estimativa é realizar três novos percursos formativos abertos a novos interessados e dar continuidade com os educadores do ciclo II na construção de um III ciclo. Esse grupo terá como objetivo a criação de projetos e intervenções sócio comunitárias, assim como estudos da práxis e a construção de seminário. As inscrições acontecem de tempos em tempos no próprio site da instituição.

 

Autores:
Leonardo Duart Bastos, Superintendente.
Paulo Silva, coordenador do Sesf e facilitador da Formação