quinta-feira, 21 de novembro de 2024
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Campinas se prepara para receber a 2ª Mostra Curta Social, nos dias 1 e 2 de dezembro, no Largo do Carmo, na Rua Sacramento, nº 118, em pleno centro da cidade. Todos os filmes exibidos irão contar com recursos de acessibilidade como janela de Libras, legendas em português e audiodescrição simultânea.
Após as exibições haverá debate com as pessoas realizadoras e , durante o debate, haverá intérprete de Libras da CIL (Central de Interpretação de Libras), uma parceria com a Secretaria de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos da Prefeitura de Campinas.
Serão entregues cédulas para o público presente participar de um júri popular e votar nos melhores filmes. Os cinco filmes mais votados de cada dia serão premiados com um estímulo financeiro no valor de R$1000,00, totalizando 10 prêmios totais do festival.
Confira o texto curatorial!
A proposta da Mostra de Curtas Sociais do CEI é fomentar a realização do audiovisual, possibilitando a prática da arte e da cultura como elementos estruturantes da sociedade. É também oferecer à população uma oportunidade de apreciar imagens e sons que emocionam e refletem sobre as temáticas complexas pertencentes à realidade dos próprios participantes, produtores de audiovisual, que lutam por transformações sociais, no sentido de existir e coexistir com liberdade, segurança e respeito.
É inclusive sobre contemplar a diversidade e a pluralidade!
Os filmes exibidos foram realizados de 2021 a 2023 e são produções desenvolvidas por profissionais do audiovisual, mas também estudantes e criadores independentes, alguns destes iniciantes, que enxergaram na mostra a receptividade e a oportunidade de apresentar seus trabalhos pela primeira vez.
Dos diversos inscritos, 23 filmes foram selecionados e se diferenciam entre si em relação a gênero e abordagem, mas, possuem um ponto em comum: refletem sobre as problematizações sociais, temas invisibilizados ou em processo de apagamento que se mantêm em estado de urgência, e que devem ser ressaltados e debatidos, a exemplo das questões LGBTQI+, de racismo, de feminicídio, de segregação de classes e da saúde mental.
Em forma de estrutura, comunicação e, sobretudo, de atitude, a acessibilidade também está presente na mostra. Como um dos pontos mais importantes deste evento, todo o projeto foi pensado para compartilhar experiências estéticas, reflexivas e sensíveis, juntamente, ao público PCD, abarcando também moradores de regiões descentralizadas do município, que por vezes, são impossibilitados de participar de eventos culturais devido às dificuldades geográficas.
Na seleção de trabalhos audiovisuais, para os dois dias de exibição, o público encontrará diversidade de gêneros, formatos e estilos, além de uma gama de assuntos e temas que demonstram as urgências de nossos tempos. Essa Mostra tem a potencialidade de agrupar realizadores de distintos lugares de fala, demonstrando, assim, que posições geográficas na trama urbana e rural, os corpos e seus discursos, o binômio raça/cor, as questões de gênero e sexualidade, as reivindicações sociais, os sentidos das festas e outras possibilidades de manifestação da vida são atualizadas em expressões plurais.
Com o digital, o audiovisual tornou mais “democrática” a apropriação de dispositivos de produção e reprodução de imagens. Sujeitos outrora invisibilizados pela impossibilidade de aquisição de equipamentos e representação de seus repertórios tornaram-se agentes poderosos em que a autorrepresentação de suas histórias são, finalmente, possíveis.
Nesse sentido, os produtos aqui exibidos trazem essa força intrínseca: são imagens e sons que transformam os modos de lidar com a própria experiência em documentários, ficções, videoartes, videoclipes e muita experimentação artística. Não há como pensar em uma linha temática e contínua que atravessa os trabalhos, porém, não há como dissociar essas apropriações criativas de um potencial político que deve ser visto em sua singularidade. Em um cenário corporativo-midiático fortemente concentrado e elitista, mas que possui brechas de inserção e democratização dos meios, temos que alimentar nossos sonhos e desejos por ocupação dessas grades de programação, plataformas e outras telas com produtos, como esses que serão exibidos, que demonstram outras formas de lidar visualmente com a realidade, sendo mais aproximadas da vida em suas demandas.
Com o desejo de ampliar estes acessos, a programação acontece em praça pública, local escolhido para aquecer a experiência de fruição em espaços abertos, onde a arte pública também se faz presente em suas diversas expressões e linguagens como o grafite, os monumentos e os contra monumentos.
Agregando, somando e valorizando as relações e o diálogo entre os participantes selecionados e o público, o ponto culminante do projeto é a votação que será realizada por meio de júri popular e criará interação, ativando identificação com determinados conceitos e contra-conceitos culturais que as produções apontam como disparadores sociais.
Por fim, o desejo é que apreciem e que vivenciem o audiovisual de nossa região, para que juntes, possamos impactar socialmente e realizar novas criações para o futuro.
Texto curatorial por: Juliana Troya e Alexandre Sobrinho
A 2ª Mostra Curta Social é um projeto realizado com o patrocínio da Prefeitura Municipal de Campinas, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e do Fundo de Investimentos Culturais de Campinas – FICC 2022, com realização do Centro Educacional Integrado CEI e do Espaço Marco do Valle, e conta com o apoio de Torta Produções Artísticas, Ozipa Criativa e Contorno Filmes.
Em caso de chuvas fortes, o evento será realizado no Espaço Marco do Valle, R. Doutor Quirino, 1865, aproximadamente 4 quarteirões do local original.
2ª Mostra Curta Social
Dias: 01/12/2023 e 02/12/2023
Horário: 19h30 Gratuito
Local: Largo do Carmo, na Rua Sacramento, nº 118
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