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O Setembro Amarelo no CEI Campinas

Autor: CEI Campinas Data: 17/10/2023

Há uma reflexão sobre a obra “Doze Girassóis numa Jarra”, de Vicent Van Gogh (1888), de que ele havia pintado os girassóis virados para as pessoas que iriam contemplar a peça, sugerindo que elas fossem os sóis, a luz para onde estão as flores estão direcionadas. Girassóis retratou uma alegoria de vida e morte, do artista que não resistiu a tanto sofrimento psíquico e acabou se suicidando.

Inspirados na história e obras de Vicent Van Gogh, a comissão de eventos do “Setembro Amarelo” organizou, em 26 de setembro de 2023, ao acesso dos usuários e usuárias do PSE AD – Serviço de Proteção Social Especial no Domicílio, uma reflexão sobre o significado da campanha “Setembro Amarelo”, com participação dos palestrantes convidados Denis Ribeiro, do grupo de atendimento Ponto e Vírgula, e Fabrício Alves, da Osc Sociedade Amigos da Vida. Através de suas falas, Denis e Fabrício estimularam os participantes a externar suas dores e emoções, com o recurso da roda de conversa e da “Caixa do Desabafo”, para aqueles que quisessem externar seus sentimentos através da escrita.

Foi possível escutar e acolher os relatos de histórias vivenciadas pelos próprios participantes, assim como identificar se algum amigo ou parente querido estava passando por algum sofrimento psíquico. Os palestrantes trouxeram, para conhecimento de todos, informações sobre os grupos de apoio existentes no município, assim como os grupos dirigidos aos sobreviventes, de apoio aos enlutados.

Em seguida, a equipe de cuidadores sociais de contação de histórias puderam traduzir, em cenas, a poesia abaixo criada pela cuidadora social Ana Elisa, transformando, através da arte, as dimensões profundas da dor psíquica. A principal mensagem é de que não se deve falar de prevenção de suicídio somente em setembro, pois essa prevenção importa em perceber e observar, constantemente, os sinais emitidos pelas pessoas com as quais você convive.

Abaixo, a poesia escrita pela poetiza Ana Elisa.

 

Viva as diferenças

Diferenças são detalhes a nos enfeitar

Fazendo de nós Perfeitos imperfeitos

Nos encaixando No mosaico da vida

Compondo o mundo De  beleza singular

Onde o que nos falta No outro vamos encontrar

Mestres Aprendizes

Ensinando e aprendendo

Na aparente ironia Perfeita sinfonia

A festeijar O verdadeiro sentido da vida 

 E  assim a  natureza Com sua sutileza

Criada pra nos ensinar Que toda diferença

Importa e tem lugar  

Olhe as  árvores Em suas  estações

Nos verões Umas doam Suas sombras

Onde  se pode descansar

Outras com seus frutos O calor vem refrescar 

Em suas  Primaveras Folhas novas verdejantes

Esperança espalhar Outras

 flores oferecem para o mundo perfumar

Nos outonos Douradas folhas irão pintar que

Aos  pouco  Vão caindo  

Caindo … Caindo … o chão  irão  forrar

Protegendo as sementes  Pro futuro germinar

Nos seus invernos   semi-nuas

 irão ficar Despindo -se

De si mesmas O inverno frio e longo

Esperam  enfrentar Sentimentos preciosos

dentro de nós  buscam despertar

Então quando tudo Parece não  fazer

Nenhum sentido Eis que ela se transforma

Com seus galhos já tão secos

Fogueiras irão  tornar

Vivas chamas ardentes   calor e aconchego

Reunindo diferentes  Histórias partilhar

Aguardando ansiosas  o sol  resurgir

 Novamente no  verão Um  ciclo novo  a iniciar

Mesmo em  solo Coberto de cinzas

Necessitando de cuidado

Há vida Lutando pra  brotar

 

Ana Elisa