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Rapper de Campinas fala sobre sua trajetória e aprendizados em comemoração ao Dia Mundial do Hip Hop

Autor: CEI Campinas Data: 12/11/2021

Nesta sexta-feira (12) é comemorado o Dia Mundial do Hip Hop. O Movimento Hip Hop tem suas maiores influências nas comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas na década de 70. Como gênero musical e cultura, possui quatro pilares essenciais: O rap, DJing, breakdance e o graffiti. No dia 12 de novembro de 1973, foi fundada a ONG Zulu Nation, com Afrika Bambaataa como líder, que além de promover o movimento pelas regiões, era responsável por projetos educacionais que levavam conhecimento na tentativa de manter os jovens afastados do crime e violência.

Em comemoração ao Dia Mundial do Hip Hop, convidamos Miguel Eusébio, mais conhecido como Fiel Mc, para conversar um pouco mais sobre como a música influencia na vida dele.

 

Quando você começou sua carreira? Conte um pouco sobre sua trajetória até aqui

 Meu primeiro contato com a música foi com 13 anos em 2015, em um grupo de rap da escola para participar de um festival estudantil de música. Escrevemos uma música sobre direitos dos cidadãos e acabei aprendendo muito com isso.

Ganhamos o festival e com isso tivemos a oportunidade de apresentar na Estação Cultura. Foi um momento mágico, que eu me descobri e percebi que era isso que eu queria para mim. Considero que esse foi o momento de início da minha carreira, pois a partir daí eu comecei a ir em batalhas (de rap), fazer beatbox e a me envolver nessa cultura, escrever músicas e apresentar em eventos.

Lancei minha primeira música em 2018, chamada Medo do Paraíso, que gravei no estúdio Só Pedrada.

Qual a importância desse gênero musical para você?

O rap e o reggae são além de um gênero musical para mim, é um ativismo político que influenciou em todo meu caráter e posicionamento perante a sociedade e a política. Eu vejo que o rap é uma expressão do século 21 e que daqui pra frente vai ser utilizada como ferramenta de expressão e alinhamento espiritual.

Como a música influencia na sua vida?

A música influencia na minha vida de uma forma muito direta né? Porque a  todo momento eu estou fazendo música, menos quando “tô” em silêncio. Mas quando estou em silêncio, o mundo faz a música, se você for parar para ouvir no fundo desse áudio tem pássaros cantando, carros na avenida passando, cachorros na rua. Tudo isso é música para mim. Isso tudo influencia no meu lado criativo.

Você se lembra como se sentiu quando produziu sua primeira música?

Primeiramente, me senti inseguro de estar ali na frente do microfone. Mas a sensação de escrever ela e lapidar aquela letra inteira foi muito boa, porque é uma letra cheia de significados, cheia de sentimentos, cheia de referências. É uma letra muito bem escrita e produzida. Me senti orgulhoso né? Tirando essa insegurança na hora de gravar. Me senti orgulhoso de estar fazendo aquilo, e ver toda a repercussão que gerou nas pessoas quando eu fui fazer shows e as pessoas saibam cantar e cantavam com o coração, se emocionaram e se arrepiaram. Como que pode passar esse sentimento através da letra né?

Você participa de festivais de hip hop pela região?

Participo sim dos festivais de hip hop pela região, batalhas de rap. Eu organizei batalhas do VPA, que agora está parada por conta da pandemia, mas já tivemos 14 edições.

Estou começando a me envolver agora com o breaking, que é uma vertente do hip hop. Eu me reconheço na do MC, e agora estou me envolvendo com o breaking que é muito massa.

Como foi para você lançar a música “Saudades Jasson”?

Foi muito significativo para mim, por que eu fiz essa música com o Matheus né? O Matheus é um parceiro meu, que eu conheço desde os 13 anos, por que o pai dele era meu professor de português. Nós nos encontramos no ensino médio, pois estávamos estudando na mesma escola, e ele fazia rap também. Então me chamou para fazer uma música com ele, pegamos um beat da internet e começamos a escrever. Eu já tinha uma letra pronta e um beat pronto, só faltava a parte dele. Ele escreveu a dele e gravamos uma prévia sentados na calçada. Mas acabamos nem indo para o estúdio gravar. Até que chegou um fatídico dia em que eu estava viajando e recebi a notícia que ele morreu, um dia antes do meu aniversário. Passei o meu aniversário inteiro pensando em todas as situações que nós tínhamos vivido e ainda poderia ter acontecido, em luto mesmo.

Depois de muito tempo, um ano mais ou menos, eu fui gravar essa música. E é muito louco por que essa música foi feita daquele jeito mesmo,a voz dele está nesse som. Tem a voz dele lá, do jeito que nós queríamos gravar. A única coisa que eu incrementei foi uma mensagem pra ele. Nós queríamos escrever um love song, mas o significado foi outro desde quando ele morreu.

Já tem um próximo trabalho em mente?

Com certeza, estou gravando um álbum novo. Um álbum que se trata de uma trajetória de um relacionamento, desde o momento que você conhece até o momento que você termina. Próximo ano lança.

 

Conheça mais e ouça os trabalhos do Fiel MC nos links: https://www.instagram.com/fielmc/  https://linktr.ee/fielmc