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Keyla Ferrari, bailarina, pedagoga, professora e escritora

Autor: CEI Campinas Data: 22/12/2021

Nesta entrevista, a bailarina, pedagoga, professora e escritora Keyla Ferrari, fala um pouco sobre si, sua carreira e sobre o livro que está escrevendo e que será lançado no CEI Campinas

Keyla é mãe de dois filhos e autora de 6 livros infantis, entre eles o “O Giro da Bailarina”, seu primeiro livro lançado, que ganhou até um curta-metragem.  

Atualmente, está escrevendo um livro sobre atividades para melhorar o relacionamento interpessoal entre mães e filhos, com ou sem deficiência, que será lançado no CEI Campinas em 2022. Também, recentemente lançou o curso “O movimento e a dança no cotidiano escolar inclusivo”.

Confira a íntegra a entrevista:

Conte um pouco sobre você e a sua carreira

Keyla – “Eu sou educadora, pedagoga, tenho especialização em Libras, em Educação Especial e fiz a carreira acadêmica em Educação Física Adaptada por que eu gosto muito de trabalhar essas questões de expressões corporais, da música, da dança, da arte. Então a minha trajetória sempre foi assim, eu comecei a trabalhar muito jovem, com 16 anos comecei a dar aula, e como eu vim da carreira de bailarina clássica, eu me apaixonei pela Educação Especial quando tive um aluno surdo na minha sala de aula, que na época eu dava aula de Expressão Corporal e Dança. Então resolvi fazer pedagogia e fazer a carreira acadêmica estudando a questão da deficiência, da inclusão e também a relação corporal das artes através das pessoas com deficiência. Então minha carreira começou pela dança, e depois através da dança eu entrei na pedagogia, fiz carreira acadêmica. Hoje eu dou aula em faculdades e atuo com o grupo de pessoas com deficiências, atuo em algumas instituições também, no meu grupo de dança com pessoas com e sem deficiência e em três faculdades.”

Como você começou a escrever?

Keyla – “Eu comecei a escrever, não porque eu me sinto escritora, não me sinto. Eu comecei a escrever por observar a história de vida dos meus alunos, então os primeiros livros que eu escrevi foram livros infantis observando mesmo o dia a dia e a história de vida dos meus alunos que tinham uma condição de deficiência. Aí eu escrevi 5 livros infantis, até alguns tiveram 1°, 2°, 3°, 4° e 5° edição, e foi observando o dia a dia dos meus alunos que pensei “Por que que esses alunos não podem ser personagens de uma história e por que que essa história infantil não pode mostrar também o potencial desses alunos?”. Eu queria mostrar o potencial desses alunos, mostrar que eles são crianças como todas as outras crianças, independente de ter ou não uma condição de deficiência. Então eu escrevi os livros mais no sentido da realidade das crianças do que no sentido de uma história fantasiosa, mas eu queria mostrar o potencial dessas crianças enquanto protagonistas de um livro infantil.”

Quem te incentivou a se tornar escritora de livros infantis?

Keyla – “Foi uma aluna em especial. Ela tinha paralisia cerebral, hoje ela é uma adulta né. Na época ela tinha 9/10 anos e ela perguntou “Professora Keyla, por que ninguém nunca contou a história de uma bailarina com deficiência?”

Esse questionamento me deu um start, “por que não escrever a história da bailarina em cadeira de rodas?” Daí que saiu meu primeiro livro, e curta metragem, O Giro da Bailarina. Ele foi inspirado em uma aluna linda, que tinha paralisia cerebral. Foi ela que me inspirou.”

Quais as maiores dificuldades enfrentadas durante sua trajetória?

Keyla – “Eu acho que as maiores dificuldades enfrentadas foram muito mais relacionadas a política educacional do país, eu acho que o país ainda precisa melhorar com relação a valorização do professor, e o professor especialista, que atua na inclusão e na educação especial, precisa ser muito, muito mais valorizado. Eu sinto ainda que o Brasil tem muito a caminhar no que se refere a valorização do profissional da educação.

As dificuldades são muitas, porque a gente tem que manter alguns trabalhos e não tem recursos financeiros para isso, então eu também acredito que as minhas maiores dificuldades foram relacionadas a parte financeira. A gente quer fazer mais, sempre queremos, mas não conseguimos fazer tudo que a gente quer quando esbarramos na falta de recursos financeiros, então essa é a dificuldade mais legítima.”

Nos seus livros, você emprega o tema de inclusão. Qual foi sua inspiração para escrever o primeiro livro e discutir esse tema tão importante com as crianças?

Keyla – “Eu emprego a inclusão por que eu quero contar histórias de personagens que tenham uma condição de deficiência, falar das suas habilidades. Eu tive uma aluna em específico que me inspirou a escrever meu primeiro livro e eu também escrevo livros e artigos acadêmicos que não são da área infantil mas também abordam a inclusão pela dança, pela expressão corporal. E são resultados de pesquisa tanto de alunos meus quanto do meu mestrado e doutorado. Que é o livro que eu estou escrevendo agora e pretendo lançar no início de 2022, que é um livro focado para mães e filhos com deficiência. É um livro que vai trazer sugestões de atividades para que as mães e seus filhos, com ou sem deficiência, possam fazer em casa e melhorar o seu relacionamento interpessoal mãe e filho, a autoestima, a postura, enfim, atividades prazerosas entre mãe e filho, que é o tema do meu novo livro.”

Qual a mensagem que você deseja passar nos seus livros?

Keyla – “Nos infantis, é sempre mostrar o potencial de todas as pessoas, mostrar a potencialidade, a personalidade, a genialidade de crianças com deficiência, tanto que um dos meus livros chama “O Menino Genial”, que é a história de um menino com síndrome de Down. A minha intenção é mostrar a potencialidade de todas as pessoas e a importância da inclusão. Nos acadêmicos, a intenção é mostrar relatos das pesquisas e do quanto a nossa pesquisa acadêmica pode servir a comunidade. Então é você pegar o relato de uma pesquisa, saber que aquilo dá certo e oferecer isso para a comunidade e a comunidade poder aplicar. Os meus livros acadêmicos tem essa intenção, fazer com que várias pessoas sejam beneficiadas pela inclusão e pela arte.”

Você tem ajuda para escrever os livros?

Keyla – “Geralmente os infantis eu escrevo sozinha. não tenho ajuda. Temos o ilustrador, e o diagramador, todo esse serviço da editora, o arte finalista, etc. Mas os textos realmente eu escrevi sozinha. Os livros acadêmicos, e esse mesmo livro meu que é pra comunidade, que é o que eu vou lançar no CEI, eu tive ajuda de uma colega que é jornalista. Ela está revisando os textos, tanto no sentido da coerência quanto da língua portuguesa, e logicamente o meu orientador do doutorado, que acompanhou toda a minha tese. Como esse livro é o resultado da minha tese e o outro que fiz era resultado da dissertação do mestrado, então a gente sempre conta com a ajuda do orientador e também dos revisores. “

Sobre o que é o curso que você está lançando?

Keyla – “O curso que eu estou lançando é um curso de movimento Dança e Expressão Corporal é voltado para professores, professores do ensino básico (Fundamental, Infantil, Médio) e também profissionais que atuam na área da inclusão, profissionais de educação física, terapeutas ocupacionais, professores de dança, então esse é o público alvo.

É um curso que traz a fundamentação teórica e a importância de se trabalhar o corpo e as expressões corporais na sala de aula, dentro de um contexto escolar inclusivo e eu trago sugestões para professores, profissionais da educação física, professores de dança para que eles possam usar e utilizar essas atividades no espaço de trabalho inclusivo, no espaço escolar. É um curso voltado para esses profissionais, é um curso 100% online mas foi gravado com muito carinho, e está na plataforma HotMart.

São dois produtos que a gente está lançando, esse curso da plataforma Hotmart e o livro que será lançado no CEI.”

Para acompanhar as atividades, projetos e livros da professora Dra. Keyla Ferrari os interessados podem acessar o site keylaferrari.com.br e as mídias sociais @keylaferrarilopes.

Se você se interessou pelo curso, entre no link de acesso: https://hotmart.com/product/o-movimento-e-a-danca-no-cotidiano-escola-inclusivo/G62105940L