terça-feira, 1 de abril de 2025
Da consciência à ação: nosso lugar é combater o machismo, não ocupar o protagonismo!
Março não é um mês apenas para mulheres. É um convite a todos, especialmente a nós, homens, para refletir: quantas vezes nos calamos diante da violência? Celebramos as conquistas femininas, mas não podemos ignorar que ainda somos parte de um sistema que oprime. É hora de desconstruir privilégios e agir!
➜ Lei de Importunação Sexual (13.718/2018): Um avanço crucial! Antes, atos como encoxar em transporte público ou ejacular em mulheres em baladas eram tratados como “brincadeira”. Hoje, são crimes com pena de 1 a 5 anos. Em 2024, um caso emblemático em São Paulo levou à prisão de um homem que assediava diariamente uma estudante no metrô – ela o denunciou após gravar vídeos. A lei existe, mas quantos ainda a desconhecem?
Em 2024, o Brasil registrou 1.582 feminicídios, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. São histórias de 2024 da região de Campinas que chocam:
➜ Vanessa Rocha Teixeira, de 31 anos, foi encontrada morta sem roupas e com hematomas pelo corpo dentro de uma casa na zona rural de Holambra. O suspeito do crime, que era namorado da vítima, foi preso em São Paulo, após se entregar no dia 29 de janeiro.
➜ Fernanda Tavares Barbosa, de 35 anos, foi encontrada morta dentro de casa na região do Nova Veneza, em Sumaré. O companheiro da vítima, o operador Anderson Oliveira Costa, foi preso em flagrante por feminicídio.
➜ Gislaine Aparecida de Almeida, de 45 anos, foi morta a facadas dentro da própria casa, no Jardim Conceição, no distrito de Nova Veneza, em Sumaré. O companheiro da vítima foi preso e confessou o crime – ele alegou que teria agido por ciúmes.
A importunação sexual é a violência cotidiana que muitos homens ainda naturalizam. Em 2025, um levantamento do Observatório da Violência Contra a Mulher mostrou que 67% das vítimas não denunciam por medo de revitimização. Um exemplo recente: no Carnaval de Salvador, uma jovem foi fotografada sem consentimento por um homem que depois a perseguiu gritando “já que gosta de aparecer, vem aqui!”. A cena, filmada, viralizou, e ele foi preso em 48h. A lei funciona, mas só quando aplicada.
✖ Cultura do “Ela que Lucre”: Piadas que objetificam, como “roupa curta pede assédio”, são sementes da violência.
✖ Stalking Digital: Em 2024, 45% das mulheres jovens relataram perseguição online. Quantos de nós já riram de um “colega” que monitora ex-namoradas?
✖ Salário desigual: Homens ganham mais mesmo em setores majoritariamente femininos, como educação. É nossa responsabilidade exigir transparência nas empresas.
➜ Denuncie: Se vir um assédio no bar, no trabalho, na rua – INTERVENHA. Sua omissão compactua com o agressor.
➜ Eduque-se: Campanhas como “ElesPorElas” (ONU Mulheres) ensinam como ser aliado, não salvador.
➜ Reveja Privilégios: Que espaços ocupamos? Quantas vezes interrompemos mulheres em reuniões?
Feminicidas, estupradores e assediadores não surgem do vácuo. São criados numa sociedade que nós, homens, mantemos. Quando calamos piadas machistas, quando não confrontamos amigos violentos, somos cúmplices.
Mais casos Recentes que Exigem Nossa Vergonha e Ação:
➜ Thaís Fernanda Ribeiro completou 21 anos no último dia 8. O imóvel onde ocorreu o crime seria do ex-namorado. A jovem foi morta com 11 tiros.
Não basta não ser violento. Temos que ser antimachistas. Março é o mês para lembrar:
✊ A luta feminista não é contra homens, mas contra um sistema que também nos aprisiona em estereótipos tóxicos.
✊ Nossas vozes devem amplificar as delas, nunca substituí-las.
Chega de mortes que poderíamos evitar. Chega de silêncio que nos envergonhará no futuro.
Homens, o convite está feito: lutemos juntos, ou seremos lembrados como parte do problema.
#HomensPeloFimDaViolência #ElasPorElasENósPorElas
Texto escrito por um homem consciente: que erra, aprende, e se responsabiliza. Compartilhe, questione, transforme!
Leonardo Duart Bastos
Presidente do CEI Campinas
