A nova Norma Regulamentadora 01 (NR-01) surge como um farol em meio à escuridão dos riscos psicossociais que assolam os trabalhadores da assistência social, especialmente aqueles que atuam na trincheira da proteção social especial. Estes heróis, que muitas vezes podemos chamar de “polícia” da proteção social – não no sentido de repressão, mas sim de guarda e defensores dos direitos humanos -, enfrentam diariamente a face mais cruel da nossa sociedade: a violência, a violação de direitos, a dor e o sofrimento humano em estado bruto.
É preciso escancarar a realidade: a vulnerabilidade destes trabalhadores é gritante e brutal. Expostos a situações de extrema carga emocional, pressão constante e contato direto com histórias de vida dilacerantes, é inegável o impacto devastador na sua saúde mental. Estresse crônico, ansiedade paralisante, depressão profunda e outros transtornos de humor são feridas invisíveis, mas profundas, causadas pelas condições de trabalho desumanas que muitas vezes enfrentam.
Precisamos urgentemente agir! A NR-01 nos oferece um caminho, mas é preciso ir além da letra fria da lei e construir uma cultura de cuidado e proteção para estes profissionais que são a alma da assistência social.
Mãos à obra! Propostas para um mapeamento, monitoramento, prevenção e intervenção eficazes:
É preciso desmistificar a ideia de que promover a saúde mental do trabalhador se resume a oferecer terapia individual. Esta abordagem pode ser limitada e até mesmo uma armadilha, se não for parte de uma estratégia mais ampla. A saúde mental é um fenômeno complexo e multifacetado, que não pode ser reduzido a uma questão individual.
Precisamos olhar para a saúde mental de forma ampla, dinâmica e integral, considerando o contexto de trabalho, as relações sociais, as dinâmicas organizacionais, a cultura institucional. É neste contexto que a presença do psicólogo do trabalho se torna fundamental nestas organizações.
O psicólogo do trabalho não está ali para oferecer terapia individual, mas sim para pensar a saúde mental de forma coletiva e institucional, para compreender as relações de micropolítica que permeiam o ambiente de trabalho, para analisar a construção de significado e sentido na relação com o trabalho. É através deste olhar mais amplo e crítico que podemos transformar a realidade e construir ambientes de trabalho mais saudáveis e humanizados para estes heróis da assistência social.
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