A abordagem biopsicossocial, embora tenha avançado na compreensão da saúde e do bem-estar ao considerar os aspectos biológicos, psicológicos e sociais, ainda é insuficiente para capturar a complexidade dinâmica e interdependente da vida humana. Essa visão fragmentada e estática não consegue abarcar a totalidade das interações e influências que moldam a existência humana.
A saúde e o bem-estar não podem ser compreendidos apenas pela soma de fatores biológicos, psicológicos e sociais. É necessário adotar uma perspectiva mais ecológica, que reconheça a interconexão e a codependência de todos os elementos que compõem o nosso ambiente. A abordagem ecológica propõe uma visão sistêmica e dinâmica, onde o ser humano é visto como parte integrante de um ecossistema complexo e em constante transformação.
Essa perspectiva ecológica nos permite entender que a saúde não é apenas a ausência de doença, mas um estado de equilíbrio e harmonia com o ambiente natural e social. Ela nos convida a considerar as relações entre os indivíduos e seu meio ambiente, reconhecendo que fatores como a poluição, a degradação ambiental e as desigualdades sociais têm um impacto profundo na saúde e no bem-estar.
Além disso, a abordagem ecológica enfatiza a importância da participação ativa e da autonomia dos indivíduos na construção de suas próprias vidas. Em vez de tratar as pessoas como objetos passivos de intervenção, ela promove a co-criação de soluções que respeitem e valorizem as diferenças culturais e sociais. Essa visão mais holística e inclusiva é essencial para enfrentar os desafios complexos e interconectados do mundo contemporâneo.
Portanto, é urgente superar a limitação da abordagem biopsicossocial e adotar uma perspectiva ecológica que contemple a complexidade e a interdependência da vida humana. Somente assim poderemos promover uma saúde integral e sustentável, que respeite a diversidade e a dignidade de todos os seres humanos.
Leonardo Duart Bastos
Superintendente do CEI Campinas