Autora: Cristine Rodrigues S. Nascimento
Foram dois dias intensos, de muita escuta, olhos e ouvidos atentos, evento direcionado a gestores do SUAS, onde os dados tinham sua relevância, muito de encontro com o que acredito, que nós profissionais da ponta além do atendimento qualificado, somos responsáveis por fazer a política pública, não apenas criticando as ausências, os não fazeres, etc, mas alimentando as informações necessárias para que outros profissionais também possam analisar os dados e juntos cobrarmos políticas de atendimento que avancem para que cada cidadão receba o que for dele de direito. Me aproprio da palavra cidadão que me parece muito mais adequada a execução do trabalho.
Ouvir os palestrantes destes dois dias, traz um brilho no olhar, sair do município ouvir outras pessoas que estão estudando, debruçadas, viajando Brasil afora, enfrentando tantas realidades, nos diz que temos muito que fazer, mas que já fizemos um bocado, e aqui longe de ser romantizada, apenas ganhando folego para tanta luta que temos pela frente.
Pensar os espaços que ocupamos, nós trabalhadores, os cidadãos (ao invés de usuários), espaços estes que precisamos investir para garantia do controle social. Somos chamados a pensar em que medida esta sendo a garantida a participação nos conselhos? Avaliar a qualidade dos serviços prestados pela rede parceirizada, avaliar a execução operacional? A efetividade além dos dados financeiros, os impactos a partir da transformação na vida do envolvido/sujeito.
Capacitar conselheiros com embasamento técnico, com compreensão do funcionamento do SUAS.
Educação Permanente e a gestão do trabalho também foi tema dessa conversa, e trazida como compromisso ético por quem está na gestão pública. Lembrados que estamos efetivando direitos constitucionais!
Precisamos de serviços efetivados, organizados, estruturados por um estado proativo. É necessário ampliar as práticas proativas. Adequação dos profissionais as necessidades sociais do SUAS, um trabalho social combinado, interdisciplinar, articulado, democrático e participativo, baseado nos princípios éticos e políticos, construção de processos coletivos! (Jose Crus)
Provocações como do que cuida o SUAS? O que é proteção social? Apoderamento por interesse?
Lembrados que o estado de S.P não aprovou a lei do SUAS, este foi vetado pelo governador.
Lembrados que nossa força é a Proteção Social!
Adailza, nos provoca que hoje a um atordoamento burocrático, a ideia de um estado mínimo e fiscal.
Segurança da sobrevivência antes da autonomia, o SUAS precisa ser OPERACIONAL! Somos uma política de proteção social, temos que ter condição de atenção! Precisamos dos direitos de cidadania assegurados, dar condições concretas ao cidadão, uma vida de dignidade HUMANA, direito de escolha doque comprar, do que vestir…. Somos Censurados/ não há ideia de um sistema articulado entre as políticas.
Esta fala e reflexão foi a que mais me fez pensar, conhecemos as pessoas e cidadãos que atendemos?
A Assistência social tem a função da proteção social, da defesa dos direitos e da vigilância socio assistencial, que estas funções não são gestos isolados, mas de uma face articulada de um mesmo processo efetivo e de desenvolvimento social.
É preciso conhecer o território, a segurança de acolhida, segurança de renda e sobrevivência, segurança de autonomia.
Todo serviço também faz vigilância socioassistencial.
Atendemos ou acompanhamos? Acompanhar significa estudar a realidade social da família.
Como geramos dados? Fragilidades e potências do território? Vigilância de risco de vulnerabilidades? TRANSFORMAR DADOS EM DIAGNÓSTICO.
Como medimos as ações e informações na assistência social, transformando os dados de impacto e materializando as aquisições esperadas? Precisamos materializar o que fazemos!
O fortalecimento do SUAS depende de qualificarmos e evidenciarmos o impacto e resultados de nossas ações.
Regis Spindola, traz sobre a proteção social para pessoas em situação de rua, mas que se aplica a política de assistência social quando nos provoca que a demanda do cidadão é individual, é pela necessidade do SUJEITO.
Quando tratamos de vínculos fragilizados e rompidos é da assistência social, inexistência de moradia, pobreza extrema, não somos os “donos dessa pauta”, as demandas são maiores que a política de assistência social. Ter a dizer é diferente de ser o dono da pauta.
Estar no CADUnico não significa que foi ofertado um acesso de proteção!
Acompanhamento é um direito, não uma imposição. Substituir um modelo etapista por um itinerário de proteção, faz se necessários. Enxergar o sujeito em sua totalidade!
Temas como racismo, machismo, homofobia, aparafobia…..não são transversais, são fundantes da política de assistência social.
Thauan Pastrello, dialogou sobre o SGD e a interface com o SUAS.
Não podemos permitir que as violências sofridas pelo sujeito o definam!
É necessário ampliar o conceito de direito para além da C.F 88. Toda necessidade humana que precisa ser atendida, e para isso é necessário conhecer a realidade e ter compromisso ético.
Romper com a assistencialização – atender o rebaixamento, ou olhar para uma política meramente articuladora.
Família não é equivalente à proteção, essa é uma ideia do familismo. O Estado cuida das famílias que falharam em suas funções protetivas
Famílias precisam aderir ao quê? Para quê?
Polivalência do trabalhador – raiz do assédio moral no trabalho.
Caso x trabalho social com famílias
Ex: Vamos discutir o caso, tem uma tendência da concepção de justiça, de responsabilização.
Referenciais indicados
*Observatorio do CADUnico
* RI SOCIAL
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