quinta-feira, 21 de novembro de 2024

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Fazer com ou fazer para? Um desafio para a política de assistência social

Autor: CEI Campinas Data: 5/04/2024

A política de assistência social tem como objetivo garantir a proteção social e a promoção dos direitos dos cidadãos em situação de vulnerabilidade ou risco social. Para isso, ela conta com a atuação de profissionais de diversas áreas, que devem estabelecer uma relação ética, respeitosa e participativa com os usuários dos serviços.

No entanto, nem sempre essa relação é fácil ou harmoniosa. Muitas vezes, os profissionais assumem uma postura de fazer para os usuários, ou seja, de decidir o que é melhor “para eles“, sem levar em conta suas opiniões, desejos, necessidades e potencialidades. Essa postura pode gerar uma relação de poder, dominação e assistencialismo, que desconsidera a autonomia, a dignidade e a cidadania dos usuários.

Por outro lado, existe uma proposta de “fazer com” os usuários, ou seja, de construir conjuntamente os projetos, as ações, as intervenções e as soluções para os problemas que os afetam. Essa proposta se baseia nas metodologias construtivistas, que valorizam o diálogo, a cooperação, a criatividade e a aprendizagem mútua entre os sujeitos envolvidos.

O “fazer com” implica reconhecer os usuários como sujeitos de direitos, que têm voz, vez e voto nas decisões que lhes dizem respeito. Implica também reconhecer os profissionais como facilitadores, mediadores e parceiros dos usuários, que devem respeitar suas singularidades, diversidades e especificidades. O “fazer com” é, portanto, um desafio para a política de assistência social, que requer uma mudança de paradigma, de atitude e de prática dos profissionais, que devem superar o “fazer para” e buscar o “fazer com” os usuários, em prol de uma sociedade mais justa, solidária e democrática.