No espectro do autismo, cada indivíduo brilha com uma luz única. No entanto, a sociedade frequentemente falha em reconhecer essa luz, ofuscada por preconceitos e estereótipos. A interseccionalidade nos ensina que as experiências de uma pessoa autista não são definidas apenas pelo autismo, mas também por outras identidades que possam carregar, como gênero, raça, classe e mais.
A segregação começa cedo, nas escolas, onde a falta de acessibilidade e inclusão impede que crianças autistas explorem seu potencial. Elas são muitas vezes marginalizadas, deixadas à sombra de um sistema que não as compreende nem as acolhe. A acessibilidade é um direito, não um privilégio, e deve ser garantida em todos os espaços públicos e privados.
As políticas públicas, que deveriam ser o alicerce para a construção de uma sociedade mais justa, muitas vezes se mostram frágeis e ineficazes. A articulação dessas políticas é essencial, mas a realidade é que muitos autistas e suas famílias enfrentam uma verdadeira odisséia para obter um laudo, sem o qual não podem acessar os serviços e apoios necessários.
E quando finalmente conseguem o laudo, muitos se deparam com outra barreira: a dificuldade de encontrar na rede pública especialistas ou mesmo exploração dos planos de saúde. Coberturas insuficientes, tratamentos negados e burocracia interminável são apenas algumas das batalhas enfrentadas. É inaceitável que, em busca de saúde e bem-estar, indivíduos sejam submetidos a uma luta constante contra aqueles que deveriam garantir seu direito à saúde.
É hora de levantar a voz contra a invisibilidade imposta ao autismo e lutar por uma sociedade verdadeiramente inclusiva, onde cada espectro de identidade seja valorizado e respeitado. Juntos, podemos iluminar o caminho para a mudança.
Leonardo Duart Bastos
Superintendente do CEI Campinas
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Inclusão Autista: Transformando a Sociedade Passo a Passo