Não somos coisas

No livro “Eu e Tu”, Martin Buber discute a natureza da relação entre humanos e o mundo ao seu redor. Ele argumenta que existem duas maneiras fundamentais de experimentar o mundo: I-Thou (Eu-Tu) e I-It (Eu-isto).

A relação Eu-Tu é uma relação de encontro. É uma relação entre duas pessoas que se encontram como sujeitos, como seres humanos. É uma relação de presença e de diálogo.

A relação Eu-isto, por outro lado, é uma relação de uso. É uma relação entre uma pessoa e uma coisa, um objeto. É uma relação instrumental, de manipulação, de uso e de consumo.

Buber argumenta que a relação Eu-Tu é a relação mais importante que podemos ter, pois é ela que nos permite experimentar o mundo em toda a sua plenitude. É a relação que nos permite conectar-nos com os outros em um nível profundo, que nos permite encontrar significado e propósito na vida.

Na sociedade moderna, estamos cada vez mais vivendo em uma relação Eu-isto com o mundo ao nosso redor. Estamos vendo e tratando as pessoas como objetos, como coisas a serem usadas e consumidas. Isso tem nos tornado cada vez mais isolados e solitários.

Precisamos lembrar que não somos coisas. Somos seres humanos. Somos sujeitos. Temos a capacidade de amar, de criar e de nos conectar com os outros.

Precisamos escolher viver em uma relação Eu-Tu com o mundo ao nosso redor, ver as pessoas como sujeitos, como seres humanos, nos conectar com os outros em um nível profundo. Precisamos escolher uma forma de nos relacionar em que nós recuperemos o sentido da vida.

Quando escolhemos viver em uma relação autêntica Eu-Tu, estamos escolhendo viver uma vida plena e significativa. Estamos escolhendo viver uma vida de amor, de criação e de conexão, uma vida de significado e propósito.

Leonardo Duart Bastos