quinta-feira, 19 de setembro de 2024
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Fazer um filme, por menor ou mínimo que seja, em alguns casos questão de apenas segundos, por mais curto que um curta seja, o fato de que estamos tendo a oportunidade de assisti-lo demandou das pessoas que o fizeram esforço e dedicação, além de uma necessidade pulsante, obsessiva e quase mística de dizer algo e mostrar alguma coisa. Ficções e documentários que não deixam de lado a violência, injustiça e inversão de valores que se tornou o dia a dia. Quem tem algo a dizer e escolhe usar a linguagem cinematográfica para se expressar constrói por um breve momento – a duração do filme – uma revolução: histórias que tem suas bases na realidade onde a matéria prima é a vulnerabilidade e a dor, mas através do cinema – ou seja, através da arte – são transmitidas com a força das possibilidades, com a esperança de tocar a alma e com o desejo de se fazer memória e história.
São 14 curtas selecionados onde as engrenagens do patriarcado, do capitalismo, da hierarquia e do poder fazem sangrar a desigualdade social brasileira ao mesmo tempo que trazem consigo a partilha de uma visão de mundo tão particular, tão única e tão independente que como espectadores ficamos agradecidos de alcançar tão longe e tão dentro de alguém ou de uma comunidade. Cada filme que compõe essa mostra incomoda ao mesmo tempo que deixa consigo a poesia de quem vê no cinema uma ferramenta não só de expressão, mas de luta.
Por Luisa Naves, curadora da Mostra
5 DE AGOSTO, SEXTA-FEIRA
das 19h às 21h
6 DE AGOSTO, SÁBADO
das 19h às 21h
Dia a Dia Dos Quebradas
Animação, Colorido, 6 min, 2022.
Sinopse: Animação produzida por adolescentes que revela o sonho profissional de cada um deles por meio dos seus personagens, tal como ser veterinário, engenheiro civil, produtor musical, profissional da tecnologia da informação.
Produção Coletiva Comec Campinas
No Silêncio
Experimental, Colorido, 3min55s, 2022.
Sinopse: Realizado por alunas do 9o ano do ensino fundamental, passeia por reflexões a respeito de um imaginário feminino coletivo, onde mulheres convivem com a presença de um agressor representado pela figura genérica de um homem com capuz preto.
Direção: Ana Beatriz Clementino da Silva Araújo, Ana Grazielly Ferreira, Emily Marini Pegoraro, Francielle Alves Oliveira, Júlia Letícia da Silva, Noemi Rodrigues Santos de Sá
Marina
Ficção, Colorido, 12 min, 2020.
Sinopse: Marina é uma artista dedicada que faz obras reminiscentes a sua vida, escolhendo se expor para se expressar. Ela vive com Susana, sua melhor amiga, que por conhecê-la tão bem começa a notar e questionar diferenças em seu comportamento, desencadeando uma série de eventos para qual nenhuma das duas está preparada.
Direção: Thiago Oliveira e Giulia Gallegos
coisas estranhas só acontecem a noite
Experimental, Colorido, 59s, 2019.
Sinopse: Vozes que relatam os acontecimentos em um hospital no interior paulista em meio ao processo do anoitecer.
Direção: Luan Souza
Eu estive aqui
Documentário, Colorido, 5min29s, 2022.
Sinopse: O documentário apresenta um panorama geral a respeito das pixações existentes no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP, famoso por sua grande quantidade de intervenções, além de brevemente conceituar o que são pixações.
Roteiro: Maithê Artigiani e Pedro Henrique
Contrariando Expectativas
Ficção/documentário, Colorido, 24min45s, 2022
Sinopse: O curta retrata o cotidiano da juventude e os desafios enfrentados na busca por emprego e realizações pessoais. Por meio de cenas fictícias e relatos reais, o curta aborda a potência da comunicação por meio do processo de mobilização social, em que jovens mobilizam outros jovens.
Produção Coletiva Comec Campinas
Dez Reais
Ficção, Colorido, 8min33s, 2022.
Sinopse: Um homem arrogante discute com um mendigo sobre o valor de uma esmola.
Direção: Wagner Kampynas
Capadócia
Documentário, Colorido, 19min, 2021.
Sinopse: O curta-metragem aborda o direito à moradia e a luta da comunidade da Capadócia, na região leste do município de Campinas. Traz os desafios enfrentados durante a pandemia e a busca por políticas públicas de habitação a partir do depoimento dos moradores e a mobilização comunitária.
Produção Coletiva Sintonizando na Transformação
Plano de Extermínio
Videoclipe, Colorido, 7min25s, 2021.
Sinopse: Dois meninos por meio de uma música descrevem indiretamente um homicidio causado contra um menino negro, e as consequencias que ficaram para seu amigo que tenta encontrar respostas.
Direção: Erick Pontes (WD)
Vamos Conversar
Experimental, Colorido, 2min55s, 2022.
Sinopse: Uma reflexão sobre como interagir com pessoas automáticas.
Direção: Aline Amsberg
Ofélia Trava
Videopoema, Colorido, 7min41s, 2020.
Sinopse: Ofélia Trava é uma colagem que aborda o universo imaginado da personagem Ofélia, de Shakespeare, aqui representado pela linguagem do pajubá e por um corpo travesti, que vivencia suas angústias, isolamentos, solidões.
Direção: Kara Catharina
Ateliê Inácio
Documentário, Colorido, 6min6s, 2021.
Sinopse: A história de resistência de uma família de artesãos que começaram a produzir fantoches e conteúdo infantil de forma criativa e independente na cidade de Campinas.
Direção: Waléria Simony
A Herança
Ficção, Colorido, 12min6s, 2020.
Sinopse: Uma criança negra em situação de rua ganha um presente que lhe trará alegrias, mas também lhe mostrará como o passado e o presente se misturam em uma das últimas cidades do Brasil a abolir a escravidão.
Direção: Roniel Felipe
Uma estrela perdida
Ficção, Colorido, 12min33s, 2022.
Sinopse: Helena é uma jovem sonhadora que, após a morte de sua tia que a inspirava e carregava o símbolo materno, terá de juntar forças para encarar o luto, seus medos, inseguranças e a realidade adulta sozinha para mudar de vida e realizar seu sonho.
Produção Coletiva PINEART
Mulher Guerreira Mulher
Documentário, Colorido, 25min30s, 2018.
Sinopse: Adriana Cavalcante, mulher trans, negra e nordestina, conta um pouco da sua história e sobre como é morar na rua em Campinas.
Direção: Aline Amsberg e Aline Jekimin Goulart
Resistência
Videopoesia, Colorido, 3min, 2022.
Sinopse: Um curta que trás uma mulher preta, periférica, mãe e semi-analfabeta, à margem da sociedade, que se encontra em uma situação que ela não esperava devido às circunstâncias que a levaram até um abrigo, onde ella consegue começar a reconstruir a sua auto estima.
Direção: Daniela Brandão
