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O Centro Educacional Integrado Santi Capriotti está fazendo 40 anos!
Momento de celebrar uma história feita por muitas mãos, por muitas lutas, por muitos desbravamentos.
Uma história construída pelas diversas conexões entre serviços, colaboradores e centenas e centenas de usuários que por aqui já estiveram ou estão. São constantes as construções e as reconstruções pela qual a instituição se debruçou, enfrentando, muitas vezes de modo dolorido, desafios para solidificar suas ações e demonstrar assim os sentidos do cuidado, ressignificando até mesmo os propósitos da assistência social.
A partir de uma profusão de ideias acaloradas, a mostra Conexões e Ressignficações tem como abre-alas uma divertida esquete teatral com excertos dos 40 anos da história costurados às simbologias do dia-a-dia de um usuário do serviço do Atendimento Domiciliar recebendo a visita de sua cuidadora.
E apresenta instalações produzidas pelo Núcleo de Arte e Cultura do CEI Campinas_ um coletivo formado por colaboradores representando os serviços da área assistencial e cultural que a instituição oferece a crianças, jovens e idosos em situação de vulnerabilidade. As peças partem, em geral, de entulhos retirados das edificações do CEI Campinas trazendo em seus corpos fragmentos que foram testemunhas de toda a história que hoje buscamos colher, organizar e contar.
Na primeira sala, um simulacro de construção enfatiza os princípios que o CEI busca estabelecer: o acesso e a conscientização de direitos e deveres perante o sistema social. Remete aos esforços do educar, do instruir e do assistir. Na segunda sala, as calhas retorcidas correspondem ao caminho da modernização, das melhorias estruturais que representam a existência física deste lugar de acolhimento, caminhando em consonância com as ações e a possibilidades de transformação integral do ser humano. Em uma relação com as águas que afluíram nestes objetos, do gotejamento ao escoamento, a peça contempla as lágrimas de dificuldade, mas também o som dos festejos e das emoções que representam as chegadas e as partidas, os lugares de recomeços e de novos ciclos de vida. A produção audiovisual, conta com a participação especial do usuário Pascoal Furian, ou Sr. Pascoal, como é afetivamente conhecido. Já na sala do corredor, a cadeira de rodas concretada no chão aborda os processos de desconstrução e construção intelectual. Fundamentando-se nos discursos sobre a acessibilidade, a integração e a igualdade que estão em evidência, trazem uma provocação sobre o vazio das informações e um apelo: é preciso tratar o tema com a sua devida sobriedade e urgência. Concretada com ferro e pedra junto ao cimento e a areia, encontra-se uma cadeira de rodas sozinha, voltada para uma janela isolada e excluída de todo o complexo, sem adorno ou adereço. Que sentido ela tem? Portanto, esta peça foi feita para incomodar! E remete à história do CEI por meio do acolhimento de pessoas com necessidades e cuidados especiais ou atenção. É uma provocadora de autonomia.
No corredor está um convite a todos, todas e todes! Um grande diagrama que se inicia pelo trabalho do usuário Luiz Cláudio Gentil, e que será constituído, no decorrer da exposição, pelas relações e inter-relações daqueles que aqui vivenciam os momentos dedicados aos direitos do cidadão.
Por fim, na última sala um momento de aprendizado inusitado. Uma mensagem direta, sobre os modos de se fazer e pensar a educação _ formas invertidas de compartilhar o conhecimento. Remete aos modos mais livres e abertos que o CEI recorre para a formação da verdadeira igualdade, respeitando a diversidade e a pluralidade.
Esperamos que vocês apreciem. Mas que também questionem! Afinal comemorar os 40 anos do CEI é pensar sobre os circuitos e fluxos desta instituição e sobre as muitas conexões e ressignificações deste lugar de amor fraterno.